2.10.13

Filosofia Moderna - Bacon, Descartes e Pascal

• Uma série de acontecimentos levam a Europa a profundas transformações, dentre eles:

∗ A passagem do feudalismo para o capitalismo e comércio, com a emergência da burguesia;
∗ A formação dos Estados nacionais, que fez surgir novas concepções político-econômicas;
∗ O movimento das Reformas Protestantes, que provocaram a quebra da unidade religiosa e a ideia de uma atuação humana passiva e submissa aos desígnios divinos;
∗ O desenvolvimento da ciência natural, que criou novos métodos científicos de investigação, mostrando a nova confiança na razão humana.

• Tudo isto fez florescer uma forte tendência antropocêntrica e racionalista, desenvolvendo uma filosofia laica (não religiosa), que acreditava na capacidade da razão de aperfeiçoar a vida humana.

• Esta nova mentalidade de pesquisar, experimentar e provar por meio da ciência se contrapunha ao pensamento medieval, meramente contemplativo e subjugado às verdades inquestionáveis da fé.

• Os pensadores modernos procuraram uma maneira de garantir a veracidade de um raciocínio, buscavam um método, uma base segura.

FRANCIS BACON:

∗ Lema ~> “Saber é poder”, que revela sua forte disposição a tornar os conhecimentos científicos instrumentos práticos de controle da realidade (bússola, pólvora, imprensa, etc).
∗ Para que a pesquisa experimental pudesse proporcionar resultados objetivos ao ser humano, os cientistas deveriam se libertar de todos os seus preconceitos, falsas noções e maus hábitos mentais, o que ele chamou de ídolos.
∗ Ídolos da tribo ~> falsas noções provenientes das próprias limitações da natureza da espécie humana;
∗ Ídolos da caverna ~> falsas noções do ser humano como indivíduo;
∗ Ídolos do mercado ~> falsas noções provenientes da linguagem e comunicação;
∗ Ídolos do teatro ~> falsas noções provenientes das concepções filosóficas, científicas e culturais vigentes.
∗ Criador do Método Indutivo da Ciência ~> cumpre as seguintes fases:
1˚) Observação da natureza;
2˚) Organização racional dos dados recolhidos;
3˚) Formulação de explicações gerais partindo de conceitos particulares;
4˚) Comprovação da hipótese formulada por experimentações.

RENÉ DESCARTES:

∗ Principal racionalista ~> as percepções sensoriais são fontes de erros.
∗ Dúvida metódica ~> durante nossa vida, formamos inúmeras convicções. Para o filósofo, em algum momento precisamos colocá-las todas em dúvidas, para analisá-las criteriosamente. Defende assim, um ceticismo hipotético, apenas retórico, porque devemos reassumir aquelas certas e verdadeiras.
∗ Descartes concluiu que a única verdade totalmente livre de dúvida, a única proposição firme, certa e segura, é a de que ele pensava. ~> “Penso, logo existo.”
∗ Dualismo ~> no mundo há dois tipos de substância: a pensantes e a extensa (matéria). O ser humano reúne as duas.
∗ Discurso do Método ~> obra em que procurou conduzir a busca da verdade:
∗ 1˚) Regra da evidência – só aceitar algo como verdadeiro se for absolutamente evidente sua clareza e distinção, como a teoria das ideias inatas proposta por Descartes (noção de espaço, movimento, matemática, etc).
∗ 2˚) Regra da análise – fragmentar o conhecimento (especialização – áreas do conhecimento que não dialogam com as demais).
∗ 3˚) Regra da síntese – ordenar as ideias, das mais simples para as mais complexas.
∗ 4˚) Regra da enumeração – certificar-se que nada foi omitido, revisão.

PASCAL:

∗ Admite a importância da razão, mas não a absolutiza: abre espaço para o sentimento, para a emoção.
∗ Críticas à Descartes por ser reducionista e não reconhecer a limitação da razão.
∗ Concilia a emoção com a razão ~> “O coração tem razões que a própria razão desconhece.”
∗ Refletiu sobre o ser humano em suas contradições, suas ambiguidades e, por isso, concluiu que não pode ser analisado e entendido de forma certa e exata, como a matemática.
∗ Pascal é contrário às tentativas racionais de explicar a existência de Deus por Tomás de Aquino, pois, para ele, há coisas que jamais a razão poderá compreender.
∗ “Deus é uma aposta” ~> não há lógica e necessidade em questionar sua existência; ao a negarmos, não perderemos nada; mas, se nela acreditarmos, ganhamos a vida eterna.

1 comentários:

venus@hotmail.com disse...

Seus resumos são muito bons, obrigado por disponibilizá-los!

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